domingo, 14 de setembro de 2008

É preciso dizer "Adeus".

(...)
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti

não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

4 comentários:

(guess?) disse...

mantubina fala poema :3

Anônimo disse...

Este poema é muito giro ! gosto muito dele . mas para o teres posto aqui é porque de certa forma tem a ver contigo . Será que tem algu a ver com o que aconteceu ctg?

Ana Isabel disse...

Estes versos de Eugénio de Andrade sempre me disseram tanto...

Um beijinho.

Pedro G. Ramalhete disse...

adeus