sábado, 27 de setembro de 2008

Chamam-nos anhados e, no fundo, anhados somos.

"Quis fazer um desenho desenhado pela minha mão que desenha desenhos mas não me ocorreu nem me deu nenhum rasgo rasgado de luminância ideológica das ideias pensadas pelos pensamentos pensados pelo cérebro que é meu e não teu. É meu. Assim, portanto, no entanto, momentaneamente neste momento, decidi, decididamente, expressar expressivamente a minha, que é só minha e não tua, é minha, "A minha", volto a citar, a minha falta de imaginação imaginária que surge e urge sempre e quase sempre, ou seja, nunca, neste tipo de situações situadas no tempo temporal em que me é possível e não é possível possibilitar a apresentação apresentada por mim, ou melhor, pela folha, por esta folha folheada, pois é ela, ela e não tu, que mostra qualquer registo de acção gráfica analógica. Assim, nesta altura, (2m aproximadamente), dei conta desta situação situada no estado de anhanço em que me encontro. Por isso, pão com chouriço e febras e feijão, a folha, esta folha que vem da árvore, da madeira da árvore que estava nos arvoredos da floresta florestal, está a acabar e então vou parar e acabar de escrever porque tu, que estás a ler isto, és ainda mais anhado do que eu..."

(Era uma folha, que veio da árvore, da madeira da árvore que estava nos arvoredos da floresta florestal, pregada a um placar de cortiça cortiçada arrancada dos sobreiros sobreiramente envelhecidos, na sala da aula portuguesa de Português. Foi um anónimo que escreveu anonimamente estas palavras palavreadas. E se estás a ler isto, então já anhaste anhadamente mais uns quantos segundos do tempo temporal em que te situas situadamente e, etc.).

Um comentário:

Unknown disse...

Belo anhanço mas o melhor anhanço é o texto em sim!
Adorei mesmo! Gosto de ser anhada a ler este texto.