domingo, 4 de maio de 2008

Dia da Mãe

Hoje é dia da mãe, dia de consumo, dia de ir gastar dinheiro para nada. Às vezes penso que vivemos numa sociedade de merda. Como é possível deixarmos que algo tão insignificante (e isto não quer dizer desnecessário) como o dinheiro, se sobreponha às nossas próprias emoções e sentimentos? Não consigo compreender.

Acordei, e tudo à minha volta se preocupava em ir comprar a prenda da mãe antes do almoço. Estivemos meia hora de um lado para o outro à procura de uma merdice qualquer; tudo porque é dia da mãe, e no dia da mãe compram-se coisas para se oferecer às mães. Grande bosta, é o que eu acho. A mim apetecia-me não comprar nada. Para quê forçar? Se não havia nada de jeito, para quê insitir e comprar algo sem valor nenhum? Apetecia-me voltar para casa e dizer "mãe, eu amo-te muito, e não há dinheiro que pague isso", mas nem ela nem ninguém ficariam contentes o suficiente com isso. Por isso lá largámos 40€ por uma blusa, que ela nem gostou. Não fiquei contente. Ofereci-lhe então algo que em mais nenhum lado se poderia encontrar sem ser em mim própria: palavras.
Mãe, que importam os quarenta, cinquenta, sessenta ou cem milhões de euros? A melhor prenda que te posso dar é muito mais fácil. Chama-se amor.

Hoje senti mais do que nunca que há dias que são uma merda. Principalmente os que têm nome.

4 comentários:

Pedro G. Ramalhete disse...

... e é quando os dias são uma merda que aparece o super-namorado para salvar o dia! Mas agora a serio as mães gostam sempre do que os filhos dão, por exemplo á minha até lhe podia dar um naco de bosta de vaca bem suculento que ela gostava, o que por acaso não foi o caso. Ofereci-lhe um livro: o Youth Without Youth com uma bela de uma dedicatória, facto esse que fez com que ela amasse o livro (suponho agora que fique a apanhar so com poeira e merdas dessas, mas caga). Força Jeninha do meu coração este teu blog tem future. E já agora eu gosto dos dias com nome, tipo: "o dia em que não se faz nenhum sem ser ver tv e um filme bueda nice com gajas podres de boas e bueda acção sem sentido rigorosamente nenhum". Tou a brincar, sabes que sou bue engraçado. Por acaso não sou, mas caga.
Amo-te.

Ziggy disse...

tens toda a razão do mundo, sabes. mas acho que as pessoas nao dão tanto valor assim às palavras. eu sei porque a maior parte das prendas que dou são textos e prendinhas feitas por mim e sei também que talvez as pessoas preferissem qualquer coisa material e palpável. não que julgam e sentem que tem mais valor (pelo menos na cabeça delas), mas sim pelo simples facto de estar à vista de toda a gente. uma lembrança alcançável e bem visível de que te lembraste 'da pessoa'. (como se gastar dinheiro com uma pessoa fosse um grande gesto de amor.)
mesmo assim, agarra-te às palavras. lembro-me de uma vez escrever - 'tenho medo que se gastem as palavras'
por isso, pelo menos comigo, dá-me sempre um pouco das tuas.

Anônimo disse...

Eu concordo contigo o dia da mãe, como o dia do pai , são apenas dias que servem para o consumismo. Axo que não vale a pena xegar o dia da mãe para oferecer uma prenda á pessoa que mais no ama neste mundo mas sim qualquer dia serve nem que seja por umas simples palavras diser á nossa mãe o quanto gostamos dela e o quanto o amamos não é preciso uma prenda basta ás vezes um beijo ou até mesmo uma palavra amiga que geralmente as mães adoram..
Para mim o dia da mãe é um dia muito bom para o consumismo ....

Anônimo disse...

Concordo contigo! Se bem que nunca fiz nem uma coisa nem outra, porque nunca dei o devido valor à pessoa a que chamo de mãe (mas isso mudou por completo com o tempo, em especial em Novembro do ano passado, quando vi o meu primo de 10 anos a perder a sua, e olhei para mim mesma e vi a sorte que tenho em ter a minha mãe ao pé de mim para me proteger de tudo, sem pedir nada em troca)
E quanto ao consumo... acho que é algo que nunca diminuir...