quinta-feira, 3 de julho de 2008

O meu irmão faz teatro. Normalmente o teatro assusta-me, principalmente quando é alguém como o meu irmão (tão chegado) "em cima do palco". Mas agora já não. Acabou-se a ansiedade do "e se correr mal?" ou o medo de ouvir alguém apontar para ele e dizer baixinho que "aquele rapaz é fraquito". Entro, sento-me, vou ver o meu irmão a fazer teatro. Tudo se resume a isso e não vale a pena pensar no resto.
Era um edifício um bocado podre. As pessoas esperavam as 20h55m para o teatro começar. Às 21h levaram-nos para a sala. Não tinha um palco, nem sequer lhe chamavam "peça". Era um "exercício", dizia-nos a mulher que os preparou (os alunos do curso).
Começou de uma forma estranha. Uma rapariga alta e de cabelo preto falava com voz de homem sem qualquer dificuldade e um rapaz e uma rapariga saudavam o público como dois lunáticos. Tudo o que decorreu a seguir foi como o abrir de um baú cheio de vidas. Uns representavam as histórias dos outros, mas não eram histórias quaisquer, eram histórias daquelas que marcam. Também a do meu irmão lá estava, reconheci-a muito facilmente. Acabou tudo num estado de euforia total que nunca conseguirei descrever à altura. Gritos, risos e corpos em movimento abafavam a música que não parava. 5 minutos a bater palmas, muita gente em pé. Era como uma bomba de infinitas emoções a rebentar. E eu adorei todo o segundo, do início ao fim.
Amanhã é o último dia: 20h30 no Edifício das Artes da Universidade Moderna.

2 comentários:

Anônimo disse...

É normal que sintamos receio quando alguém muito chegado a nós vai fazer algu e pensarmos que não pode correr tão bem como as expectativas . mas geralmente acaba sempre por correr bem .
Nunca devemos sentir receio porque geralmente acaba por correr bem .
É apenas um conselho que o receio e o medo ainda acaba por dificultar mais neste caso não só a pessoa que vai representar como a outra pessoa .

Ana Isabel disse...

Vou ser um pouco suspeita para dizer isto mas aqui vai: o Teatro é a coisa mais bonita que há! Tudo o que está relacionado, tudo o que este conjunto de seis letras proporciona, o sentimento, a adoração... Fico orgulhosa por haver verdadeiros amantes de teatro, aqueles que não recebem nada em troca (penso que seja o caso do teu irmão), apenas os aplausos das pessoas que se lembram de nos irem ver, os sorrisos da plateia, o nosso corpo noutra vida... é tudo tão maravilhoso. Obrigada por teres sido uma das pessoas a fazer com que a minha sala, no dia 5 de Julho, estivesse quase cheia, acontecimento que, nos tempos que correm e infelizmente, é algo que nos faz sorrir e rir, por ter-se tornado numa excepção.

Um beijinho,

Ana Isabel Milhanas Machado.

(desculpa se tem algum erro ortográfico, mas não gosto de rever os textos que faço sobre algo que realmente amo, como o teatro! Talvez por haver sempre qualquer coisa a acrescentar e, assim, acho que nunca receberias este comentário!)